CULTO DO DOMINGO 13/04/2025.
Publicado em 09/04/2025
Fico triste quando vejo crentes colocando ferradura atrás da porta ou trazendo para casa plantas como aquela chamada comigo-ninguém-pode. Vivem assustados com medo de maldições, mal olhados e pragas de todo o tipo que possam vir sobre eles. Há aqueles que vivem quebrando maldições passadas, mas parece que a maldição nunca os deixa. Não vivem com a expectativa da bênção, mas com o temor do juízo. Certamente, não é essa a vida que o Senhor tem para nós. Quero mostrar como três aspectos da maldição foram completamente eliminados por Cristo na cruz. A maldição foi totalmente removida para que hoje você possa desfrutar da bênção completa por meio da obra consumada de Cristo na cruz.
A maldição transformada em bênção. Quando o povo de Israel peregrinava no deserto, eles tiveram de passar pela terra de Moabe. Balaque, o rei de Moabe, estava com muito medo de Israel, então contratou um profeta chamado Balaão para amaldiçoar o povo de Deus. A primeira coisa que precisamos dizer a respeito de Balaão é que ele era um profeta profissional, ou seja, profetizava por dinheiro. Certamente, ele também não tinha um coração para Deus, pois Pedro diz que ele amou o prêmio da injustiça. Abandonando o reto caminho, se extraviaram, seguindo pelo caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça (2 Pedro 2:15).
Primeiro, Deus o proibiu de aceitar a proposta de Balaque, mas depois o Senhor permitiu que ele fosse; porém, ele somente poderia falar as palavras que Deus colocasse em sua boca. Balaão, então, coloca-se no cume do monte pronto para amaldiçoar o povo de Israel, mas Deus colocou palavras de bênção em sua boca. Então, proferiu a sua palavra e disse: Balaque me fez vir de Ará, o rei de Moabe, dos montes do Oriente; vem, amaldiçoa-me a Jacó, e vem, denuncia a Israel. Como posso amaldiçoar a quem Deus não amaldiçoou? Como posso denunciar a quem o Senhor não denunciou? (Números 23:7-8).
Apesar de todos os erros de Israel no deserto, eles ainda eram povo de Deus, e Deus não permitiu que Balaão os amaldiçoasse. Como Balaão não conseguia amaldiçoar, Balaque o levou a outro monte, chamado Pisga, para que ele pudesse ter uma visão de Israel por outro ângulo. Mas, mesmo assim, somente foram proferidas palavras de bênção. Então, proferiu a sua palavra e disse: Levanta-te, Balaque, e ouve; escuta-me, filho de Zipor: Deus não é homem, para que minta: nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá? Eis que para abençoar recebi ordem; ele abençoou, não o posso revogar. Não viu iniquidade em Jacó, nem contemplou desventura em Israel; o Senhor, seu Deus, está com ele, no meio dele se ouvem aclamações ao seu Rei. Deus os tirou do Egito; as forças deles são como as do boi selvagem. Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel; agora, se poderá dizer de Jacó e de Israel: Que coisas tem feito Deus! (Números 23:18-23).
As afirmações feitas por Balaão são maravilhosas. Primeiro, ele diz que Deus já abençoou a Israel e isso não pode ser revogado, pois Deus não é homem para que minta e nem filho de homem para que se arrependa. Se isso era verdade na Velha Aliança, muito mais agora. Uma vez que Deus disse que somos perdoados e justificados em Cristo, isso não pode mais ser revogado. Alguns acreditam que suas muitas quedas e pecados podem fazer Deus mudar a Sua aliança, mas isso é mentira do maligno. O Pai pode discipliná-lo, mas jamais irá mudar a aliança feita na cruz (Hebreus 6:13-20).
Essa afirmação de que Deus não é homem para que minta é frequentemente usada de forma negativa referindo-se ao julgamento de Deus. Há aqueles que gostam de dizer isso em relação ao nosso pecado, afirmando que, se Deus não julgar esta geração, terá de se desculpar com os moradores de Sodoma e Gomorra. Mas o contexto desse versículo é justamente o plano de Deus de nos abençoar.
Depois, no versículo 20, Balaão diz que ninguém pode revogar a bênção que Deus liberou. A bênção de Deus sobre a sua vida não pode mais ser revertida. Ele decidiu nos abençoar, por isso toda língua que se levantar contra nós em juízo, nós a condenaremos. Já somos abençoados, e isso não pode ser revogado (Tito 1:2). Toda arma forjada contra ti não prosperará; toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do Senhor e o seu direito que de mim procede, diz o Senhor (Isaías 54:17).
A palavra "bênção” no Novo Testamento é eulogia, de onde vem a nossa palavra "elogio". Significa "falar bem, positivamente, levantando e nunca abatendo o outro". Fale bem a respeito de si mesmo, de seu corpo, de seu trabalho, pois, fazendo assim, você libera bênção.
Por outro lado, a palavra usada no Novo Testamento para maldição é katant, que significa "falar negativamente a respeito de algo". Nós podemos amaldiçoar algo ou alguém sem usar a palavra maldição. O Senhor amaldiçoou a figueira e Ele não disse: "Figueira, eu te amaldiçoo". Ele apenas disse: "Nunca jamais coma alguém fruto de ti". E, no outro dia, a figueira secou completamente.
Por fim, o versículo 21 diz que o Senhor não viu iniquidade em Israel. Esta é uma afirmação realmente espantosa. Esta é a bênção de Deus sobre nós, pois Ele disse: "Das suas iniquidades jamais me lembrarei". Deus não diz que não há pecado em nós, Ele apenas diz que não vê. Não devemos nunca pensar que não há pecado em nós, mas devemos declarar ousadamente que o Senhor não vê iniquidade em Israel. Quando Ele nos olha, não vê pecado em nós. Se Ele não vê o pecado, nunca poderá nos amaldiçoar.
Esta é a maneira como devemos também amar o nosso irmão. Devemos vê-lo como Deus o vê. Veja o seu irmão sem culpa e sem condenação. Precisamos ser elevados como o nosso Pai se queremos caminhar nos lugares altos em Cristo.
Em Números 24:2, Balaão tenta, pela terceira vez, amaldiçoar Israel. A Escritura diz que ele novamente subiu a um monte e viu Israel acampado segundo as suas tribos. Quando viu o acampamento, o Espírito veio sobre ele. Levantando Balaão os olhos e vendo Israel acampado segundo as suas tribos, veio sobre ele o Espírito de Deus (Números 24:2). No acampamento de Israel no deserto, às doze tribos, em grupos de três, eram colocadas ao redor do tabernáculo. Como a tribo de Judá era muito maior que as outras, o lado em que ficava era bem mais comprido, dando ao acampamento o formato da cruz. Balaão viu a cruz no deserto. Na cruz, Deus Pai não pode ver o nosso pecado. Quando vemos a cruz de um lugar elevado, o Espírito vem sobre nós. Balaão não recebeu o Espírito de Deus, o Espírito veio sobre ele apenas naquele momento para colocar as palavras de bênção em sua boca.
A maldição hereditária. Um ensino que realmente produz problemas na vida do crente é o ensino da maldição hereditária. Eu creio que existe mesmo uma maldição hereditária na vida daqueles que estão sem Cristo, mas, para aqueles que estão em Cristo, não há mais nenhum tipo de maldição. Em 2 Coríntios 5:17, diz que, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. Essas coisas antigas que passaram incluem as maldições hereditárias. Mas muitos crentes creem que ainda estão debaixo de maldição, por isso vivem sob uma constante expectativa de castigo e tribulação, porque nunca sabem quando o pecado de seus avós e pais irá alcançá-los. Eles sempre estão aguardando uma colheita de pecados que outros e eles mesmos cometeram no passado. Naqueles dias, já não dirão: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram. Cada um, porém, será morto pela sua iniquidade; de todo homem que comer uvas verdes os dentes se embotarão (Jeremias 31:29-30).
Este era um ditado popular entre os judeus nos dias de Jeremias: "Os pais comem uvas verdes e os dentes dos filhos é que se embotam". Na verdade, está baseado em algo que Deus havia dito no monte Sinai: "Visitarei a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos até à terceira e quarta geração" (Êxodo 34:7). Esta era a condição na Velha Aliança, mas louvamos a Deus porque agora estamos sob a Nova Aliança. Mas alguns crentes ainda estão se baseando na Velha Aliança e por isso sofrem perda espiritual. Hoje, nossos pecados, os pecados de nossos pais e os pecados dos pais de nossos pais foram todos cravados na cruz, e por isso não sofremos mais nenhuma maldição.
A principal cláusula da Nova Aliança é que Deus não se lembra mais de nossos pecados. Isso significa que Deus não nos trata mais com base em nossos pecados. Ele nos trata consoante a perfeição de Cristo e a sua obra na cruz. Pois, para com as suas iniquidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei (Hebreus 8:12). No Velho Testamento, Ele não podia se esquecer do pecado, por isso castigava a iniquidade dos pais nos filhos. Mas, no Novo Testamento, Ele não se lembra mais do pecado. Se Ele não se lembra, já não há condenação e nem punição.
Há muitos crentes que vivem hoje na Nova Aliança com a mentalidade da Velha Aliança. Eles vivem com a expectativa de juízo e condenação, com medo da maldição por causa de seus pecados e dos de seus antepassados. A profecia de Jeremias era de que chegaria o dia em que não mais haveria aquele ditado em Israel. E esse dia já chegou. Nós hoje vivemos os dias em que a maldição foi quebrada. Há dois mil anos, o Senhor quebrou a maldição na cruz.
Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede! Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam de vinagre uma esponja e, fixando-a num caniço de hissopo, lha chegaram à boca. Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito (João 19:28-30). Na cruz do Calvário, o Senhor viu que tudo já estava consumado, mas, neste momento, Ele disse que tinha sede. Deram-lhe, pois, vinagre para beber. A profecia de Jeremias fala de uvas verdes que embotam os dentes, e na cruz lhe deram o vinagre, que também embota os dentes. Ao beber do vinagre, Ele estava cumprindo a profecia de Jeremias 31. Quando bebeu do vinagre, Ele tomou sobre si a maldição que pertencia aos filhos por causa dos pecados dos pais. Ele tinha sede da nossa liberdade. Tinha sede de nos libertar da maldição de nossos antepassados.
A maldição da lei. A afirmação categórica da Palavra de Deus é que, quando vivemos pela fé no favor imerecido de Deus, nós somos resgatados da maldição da lei. Aqueles que vivem com base em seu merecimento e andam confiados em seu esforço próprio e na sua justiça própria inevitavelmente ainda sofrem debaixo da maldição da lei, mesmo sendo salvos.
O que é a maldição da lei? A única maneira de descobrirmos é voltando à lei. Ela está descrita em Deuteronômio 28 e envolve basicamente quatro aspectos: miséria, enfermidade, condenação e morte. Por causa da obra consumada da cruz, não precisamos mais viver sob essas maldições. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos pela fé o Espírito prometido... E se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão, e herdeiros segundo a promessa (Gálatas 3:13,14,29).
Nos dias de Jesus, a forma comum como os judeus executavam os criminosos era pelo apedrejamento. O Senhor Jesus poderia ter morrido dessa forma, mas, em vez disso, Ele foi crucificado. Mil anos antes de existir a crucificação, Moisés disse que aquele que fosse pendurado no madeiro seria amaldiçoado (Deuteronômio 21:23). Isso significa que o Senhor não derramou Seu sangue apenas para nos perdoar dos pecados, mas também para nos livrar da maldição, fazendo-se Ele próprio maldição em nosso lugar.
Todas as vezes que resolvemos nos relacionar com Deus com base em nossa performance, em nosso mérito ou em nossas obras, nós decaímos para a lei e nos separamos da graça de Deus. E, uma vez que nos separamos da graça, sujeitamo-nos novamente às maldições da lei.
Só existem duas possibilidades: ou vivemos pela graça ou confiamos na lei. Se não dependemos do favor imerecido, nós caímos para a lei. Você tem a liberdade de escolher como quer se relacionar com Deus. Se escolhemos nos relacionar com base em nossa obediência e merecimento, o resultado é maldição. Mas se escolhemos nos relacionar pela graça mediante a fé, o resultado é vida. Em Hebreus 4:16, Paulo nos convida a nos achegarmos diante do trono da graça. Isso significa que há também um trono de justiça. Você pode escolher diante de qual trono quer se achegar. Se for diante do trono da justiça, esteja certo de ter obedecido completamente a lei, caso contrário, será condenado. Mas se escolher se achegar diante do trono da graça, saiba que estará diante daquele que justifica o ímpio (Romanos 4:5).
Não podemos viver pela fé e pelas obras ao mesmo tempo. Esses dois princípios de vida são como água e óleo, não podem se misturar. E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé. Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá (Gálatas 3:11-12). Esta é a razão por que muitos crentes não são abençoados, eles ainda vivem confiados no mérito da lei. Não dependem de fé, mas de obras de justiça. E, pelo contexto de Gálatas, nós sabemos que a fé aqui é a justificação por fé, é a confiança absoluta na obra de Cristo realizada na cruz. A minha justiça é apenas um dom que eu recebi, e não uma virtude que eu conquistei pela minha obediência aos mandamentos.
Um grande problema é que os crentes não reconhecem quando a maldição vem. É por isso que dizem que a doença é uma bênção, enquanto Deuteronômio 28 diz que ela é uma maldição. Dizem que a pobreza é uma bênção, enquanto Deuteronômio 28 diz que é resultado de maldição. Eles dizem que as doenças e a pobreza trazem glória ao nome de Deus. O que não sabem é que a cura traz muito maior glória a Deus. Não precisamos sofrer debaixo de nenhuma maldição, basta que creiamos na justiça que vem pela fé. Jesus nunca disse: "Oh gente de fidelidade pequena!", "Oh gente de santidade pequena!", ou "Oh gente de obediência pequena!", mas Ele disse: "Oh, homens de pequena fé". É tão somente pela fé que recebemos. Quando cremos, a nossa fé nos é atribuída como justiça diante de Deus. A justiça é pela fé do Filho de Deus. Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê (Romanos 10:4).
Diante de tudo isso, vemos que você é irreversivelmente abençoado em Cristo. As maldições e pragas que outros possam proferir contra você não podem mais atingi-lo, e as maldições que vieram sobre seus antepassados não têm mais nenhuma legalidade em sua vida. Aproprie-se dessa verdade e viva cheio de uma santa expectativa da bênção do Pai.
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