CULTO DO DOMINGO 11/02/2024.
Publicado em 06/02/2024
A única maneira de vencer a intimidação é perdendo a sua vida. Boas intenções não bastam. Pedro queria mostrar que podia ser leal mesmo se isso significasse a morte. Mas a força desse desejo não era suficiente para mantê-lo. O medo em seu coração venceu o seu amor pelo Mestre. Jesus tratou deste assunto diretamente depois de Sua ressurreição.
O capítulo 21 de João nos diz que Jesus apareceu aos Seus discípulos e preparou peixe e pão para o café da manhã deles. Então, Ele perguntou a Pedro três vezes: "Tu me amas?" Nas duas primeiras vezes, Jesus usou a palavra agapao, que enfatiza a ação envolvida com o amor. Mas Pedro respondeu todas as vezes com a palavra grega phileo. Esta palavra limita-se aos afetos ou sentimentos de amor, independente de ação.
Pedro entristeceu-se quando Jesus interrogou-o pela terceira vez. Nessa terceira vez, Jesus usou a palavra phileo. Jesus reduziu o amor em questão ao nível do afeto, em lugar da ação. Frustrado, Pedro respondeu: "Senhor, Tu sabes todas as coisas, Tu sabes que eu Te amo" (João 21:17), querendo dizer: "Tu sabes que tenho afeto por Ti".
Jesus começou perguntando essencialmente: "Você me ama o suficiente para renunciar à sua vida?" Isto ilustra o amor descrito pela palavra agapao. Pedro respondeu verdadeiramente e humildemente que o amor dele era um amor emocional ou afetivo. Lembre-se, ele havia acabado de negar Jesus. Ele reconhecia as suas próprias fraquezas. O seu amor afetivo somente não era forte o bastante para que ele renunciasse à sua vida.
Finalmente, Jesus perguntou a Pedro: "Você Me ama afetivamente?" O motivo: Jesus sabia que agora Pedro era um homem quebrantado que ainda não era capaz do amor agapao. Querendo explicar a Pedro o que Ele queria dizer quando o questionou das duas primeiras vezes, Jesus disse: Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, tu te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres. Disse isto para significar com que gênero de morte Pedro havia de glorificar a Deus. Depois de assim falar, acrescentou-lhe: Segue-Me (João 21:18-19).
Creio que Jesus estava dizendo a Pedro: "Você falhou antes na força do amor afetivo, mas está vindo o dia em que você enfrentará o seu maior medo e será vitorioso na força do amor aperfeiçoado". Até aquele ponto, Pedro havia amado dentro do máximo da capacidade humana, mas aquilo havia falhado. Desta vez, enquanto Pedro seguia Jesus, ele seria equipado com o amor agapao. Esse tipo de amor não nasce do desejo do homem por ele, mas é derramado em nossos corações pelo Pai (Romanos 5:5). O amor de Deus (ágape, ou agapao) não tem medo de morrer pelo outro.
Jesus encorajou Pedro, dizendo a ele que quando enfrentasse a "prensa" novamente, ele sairia vitorioso e poderia cumprir o que havia votado anteriormente na sua presunção: Ele morreria antes de negar Jesus. Com as garras do medo e da intimidação soltas, Pedro seria um homem transformado.
Deus faz isto em nosso benefício. Ele nos fortalecerá quando formos intimidados. Ele permitirá que enfrentemos aquilo que tememos por vezes seguidas, até sermos vitoriosos. Quando chegarmos ao fim da nossa força, clamaremos pela força Dele. Nesta força não podemos falhar, porque o amor nunca falha (1 Coríntios 13:8). Deus não quer que fujamos das nossas áreas de fraqueza. Ele quer que as enfrentemos destemidamente.
Por favor, retire isto! Paulo sabia muito bem disso. E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte (2 Coríntios 12:7). A palavra para mensageiro em grego se refere a um ser angelical. Creio que este versículo se refere a um anjo mau que Satanás enviou para esbofetear Paulo. Esse ser atiçava problemas para Paulo por onde quer que ele fosse.
Em todos os lugares onde pregava, ele sofria intensa perseguição pelo evangelho. Cadeias e tribulações esperavam por ele em cada cidade. Então, ele foi falar com Deus a respeito. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim (2 Coríntios 12:8). É compreensível que ele quisesse estar livre dessa resistência e perseguição. Deus respondeu: A minha graça te basta, porque o Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza (2 Coríntios 12:9). Na essência, o Senhor estava dizendo: "Paulo, não Me peça para remover estas coisas, mas em vez disso Me peça que a Minha graça e a Minha força o ergam acima das coisas com as quais você não consegue lidar. Paulo, onde não há obstáculos, não há necessidade de poder. A vitória só pode acontecer onde há batalha. Quanto maior a batalha, maior a vitória. Um verdadeiro soldado não foge do conflito, mas corre para ele".
No calor da batalha não é hora de pedir a Deus para nos tirar da guerra. É hora de orar pela Sua graça para que possamos triunfar nela. Deus é glorificado quando enfrentamos algo impossível de vencer na nossa força humana. Um conquistador enfrenta a oposição e a vence, levantando-se vitorioso em meio às batalhas! Paulo tomou posse disto, e a sua ansiedade foi transformada em esperança. (2 Coríntios 12:9-10).
Paulo amava mais a Jesus do que sua própria vida. Ele estava preparado para morrer, e estava mais desejoso de viver, para Ele. Veja atentamente sua carta aos Filipenses: Segundo a minha ardente expectativa e esperança de que em nada serei envergonhado; antes, com toda a ousadia, como sempre, também agora, será Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte (Filipenses 1:20). O amor sem egoísmo de Paulo gerava uma ousadia que nenhuma intimidação podia penetrar.
A chave para a ousadia de Paulo é que ele não considerava a sua vida preciosa. Ele também entendia que o plano de Deus para a sua vida incluía enfrentar provações e perseguições. O amor dele por Jesus era maior do que o amor dele pela própria vida. A vida de Paulo aponta para o segredo de se completar a carreira. Entregue a sua vida e tome a vida de Cristo. Muitas vezes isto significará que entregamos o que é confortável e tomamos o que é desconfortável, a cruz.
Amadurecemos em meio ao sofrimento. Não estou falando sobre o conceito religioso de sofrimento, aceitar a enfermidade ou a pobreza como se elas nos fizessem conquistar algum crédito junto a Deus. Nem estou me referindo ao sofrimento decorrente da ignorância e de um comportamento descontrolado ou ímpio. Deus não é glorificado com isto! Os sofrimentos que encontraremos serão aqueles que Cristo experimentou, tentado em todas as coisas, mas sem pecado (Hebreus 4:15).
Examine o seu coração. Enquanto você ouve essa mensagem, examine os seus motivos. Você é um verdadeiro discípulo de Jesus Cristo, ou deseja segui-Lo somente se for dentro dos seus parâmetros? Você fica dentro dos seus próprios limites, longe da fronteira do auto sacrifício? É possível que esses limites o afastem dos caminhos onde Jesus anda e finalmente venham a desqualificá-lo? (1 Coríntios 13:5).
Para decidir se vamos ou não seguir Jesus, precisamos primeiramente saber o preço. Sim, é verdade. Haverá um preço. Isto requer nada menos que toda a sua vida. Ouça Jesus definindo este preço para as multidões desejavam segui-lo: Grandes multidões o acompanhavam, e Ele, voltando-se, lhes disse: Se alguém vem a Mim e não aborrece a seu pai e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmās e ainda a sua própria vida, não pode ser Meu discípulo. E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após Mim não pode ser Meu discípulo. Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele, dizendo: Este homem começou a construir e não pode acabar... Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser Meu discípulo (Lucas 14:25-30.33).
Este é o preço de resistir até o fim. Lemos em Apocalipse 12:11 que aqueles que vencem não amam as suas vidas, até à morte. Infelizmente, esta não seria uma descrição precisa da igreja de hoje.
Homens e mulheres de Deus, agora vocês conhecem a verdade: A única maneira de vencer a intimidação é perdendo a sua vida. Clamem a Deus enquanto ouvem essa mensagem. Não recuem, mas ousem crer. Peçam a Ele para encher o coração de vocês com este amor, o amor Dele, o tipo de amor que nunca volta atrás. Peçam a Ele por Sua graça para vencer os obstáculos que vocês enfrentam. Peçam a Ele para lhes conceder o privilégio de irem aos lugares difíceis. Orem para estar na linha de frente do que Ele está fazendo na terra. Não peçam uma vida de facilidades. Em vez disso, peçam uma vida que glorifique a Deus.
Um Homem Transformado. Quando olhamos para Pedro no livro de Atos, é difícil acreditar que ele é o mesmo homem que se acovardou e negou Cristo diante dos servos. Depois de ser cheio do Espírito Santo, ele proclamou Jesus com ousadia e destemidamente como Senhor e Messias por toda Jerusalém. Ele foi preso e levado perante os líderes, os sacerdotes que haviam crucificado Jesus. Agora, não era diante dos servos que ele estava, mas diante do mesmo sinédrio que havia condenado Jesus. Ele olhou para eles e com grande ousadia declarou: Foram vocês que crucificaram Jesus Cristo o Messias, e não há salvação em nenhum outro além Dele (ver Atos 4:8-12).
Pedro e João não foram intimidados pelos líderes; na verdade, eles estavam cheios de alegria. Aqueles eram dois discípulos muito diferentes daqueles que ficaram dormindo no jardim. Eles se alegraram por serem julgados dignos e por terem tido outra chance de demonstrar o seu amor e fidelidade. Pedro agora não amava afetuosamente apenas, mas também com todo o seu ser.
O Livro dos Mártires, de John Foxe, relata que Pedro foi martirizado, como Jesus dissera que seria. Quando estava para ser crucificado, conta-se que Pedro disse: "Não sou digno de morrer da mesma maneira que o meu Senhor morreu". Então, eles o penduraram na cruz de cabeça para baixo! Pedro deixou este mundo como um vencedor. Aleluia!
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