CULTO DO DOMINGO 15/06/2025
Publicado em 11/06/2025
Transformação (Parte 1)
A palavra “transformação”, no original grego *metamorphos*, significa mudança de natureza e forma. Uma transformação interior que se reflete exteriormente. Assim como o metabolismo altera nosso corpo ao processar alimentos, a transformação espiritual ocorre quando recebemos um novo elemento: Cristo. Esse processo inclui a entrada de algo novo, a substituição do velho e a eliminação do que não pertence mais.
Ao crermos em Cristo, nosso espírito é regenerado. Mas mente, emoção e vontade, componentes da alma, ainda precisam ser transformados. Isso ocorre quando Cristo, que já habita nosso espírito, transborda para a alma, tornando-se nosso pensamento, sentimento e vontade.
Romanos 12:2 nos chama a sermos transformados pela renovação da mente. Tiago 1:21 mostra que essa renovação ocorre pela Palavra de Deus, que salva (restaura) a alma. Assim, somos transformados ouvindo, meditando, falando e praticando a Palavra (Josué 1:8). Quando a Palavra se torna revelação em nosso coração, ela nos transforma.
Pedro foi transformado por revelação e confissão (Mateus 16:13-17). Ele era Simão, mas tornou-se Pedro, uma “pedra viva”. Em 1 Pedro 2:4-5, ele nos mostra que Deus edifica Sua casa com pessoas transformadas.
Outro meio de transformação é contemplar o Senhor (2 Coríntios 3:18). Paulo compara isso a um espelho que reflete o que contempla. Quanto mais contemplamos a glória do Senhor, mais somos transformados em Sua imagem, de glória em glória. Contemplar é mais do que olhar; é estar profundamente impressionado, como quem admira uma paisagem deslumbrante.
Esse espelho precisa estar desobstruído, “com o rosto desvendado”. Paulo refere-se ao véu que Moisés colocava para ocultar a glória passageira (2 Coríntios 3:13). Esse véu simboliza a lei, que é o esforço humano para agradar a Deus. Viver debaixo da lei é tentar se transformar por mérito próprio, o que jamais funciona. Só há transformação verdadeira quando abandonamos o legalismo e vivemos pela justiça de Cristo em nós.
Na transfiguração (Mateus 17:1-8), Pedro queria colocar Moisés (lei) e Elias (profetas) no mesmo nível de Jesus. Mas o Pai intervém: “Este é o meu Filho amado... a ele ouvi”. Hoje, ouvimos Cristo, não a lei nem os profetas. A Nova Aliança não exige esforço humano, mas fé e contemplação. A verdadeira transformação acontece quando Cristo é o centro da nossa atenção.
Essa contemplação é vivida na oração, adoração, meditação, e ao sermos lavados continuamente pela Palavra. Semana após semana, a glória é acrescentada, e a imagem de Cristo se forma em nós.
Devemos tirar os olhos de nós mesmos. A introspecção, ficar se analisando, só traz desânimo e condenação. Ela nos prende à nossa incapacidade. A transformação não vem de nos conhecermos mais, mas de conhecermos a Cristo (João 17:3). O evangelho é o poder de Deus para transformar (Romanos 1:16), e não a psicologia humana. A psicologia busca mudança por esforço próprio; o evangelho, por contemplação e fé.
Olhar para si mesmo é fonte de angústia ou orgulho. Olhar para Cristo é fonte de fé, descanso e transformação. A mudança real acontece quando paramos de tentar nos mudar e começamos a contemplar a beleza e a glória de Cristo.
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