O PODER DA UNÇÃO DO ESPÍRITO

O ponto central da vida cristã é que, por causa da obra consumada de Cristo, o Espírito veio habitar em nós. A presença do Espírito Santo é que nos habilita e capacita para realizar todas as obras de Deus. É a sua presença que nos dá vitória sobre o pecado e o diabo. É a sua unção que nos dá poder para fazer a obra de Deus. Sem a unção e a presença do Espírito, não existe realmente obra de Deus.

1) Como é a ação do Espírito em nós? O Espírito do Senhor primeiro está conosco, depois Ele vem habitar em nós e por fim é derramado sobre nós. O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós (João 14:17).  Há três estágios diferentes da ação do Espírito Santo em nós. Primeiro, o Espírito está conosco, depois Ele está em nós e por fim vem sobre nós. Em Atos 1:8, lemos que o Espírito desceu sobre os discípulos.

1. a) O Espírito conosco. Antes de nos convertermos, o Espírito Santo estava conosco ao nosso redor. Ele estava agindo para nos convencer do pecado, da justiça e do juízo. Essa é a obra de conversão e salvação. Ele vem para pairar sobre nós como pairava sobre a terra em Gênesis, no capítulo A terra estava em trevas, sem forma e vazia, mas o Espírito veio pairar para gerar vida.
2. b) O Espírito em nós. Em João 20:22, lemos que o Senhor soprou o Espírito sobre os discípulos. Naquele instante, eles receberam o Espírito. Esse é o momento do novo nascimento, quando o Senhor vem habitar em nós. Nesse primeiro momento, recebemos o Espírito como vida. E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo (João 20:22).

Uma vez que nos convertemos, o Espírito vem habitar em nós e nascemos de novo. Agora que Ele está em nós, a Sua presença nos transforma de glória em glória. Ele reside hoje em nós para ser a nossa vida.

1. c) O Espírito sobre nós. No dia de Pentecostes, o Espírito veio sobre os discípulos como poder. Esse foi o batismo no Espírito Santo, Eles já tinham o Espírito neles, mas agora o receberam como um revestimento sobre eles.

Depois que nascemos de novo, precisamos ainda receber o poder do Espírito. A presença do Espírito em nós nos leva a ser, mas o Espírito vindo sobre nós nos levar a fazer, porque o poder do Espírito é para fazermos, realizarmos a Sua obra. 

A presença do Espírito está para sempre em nós, mas o Seu poder vem sobre nós para fazermos um serviço. E, quando esse serviço termina, o poder também cessa. Por isso, nunca paramos de buscar o poder do Espírito, porque o poder está relacionado com a tarefa. Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra (Atos 1:8).

Os discípulos receberam poder do Espírito mais de uma vez. Creio que isso nos mostra que a unção realmente pode ser renovada e até multiplicada. Eles já haviam sido cheios do Espírito no Pentecostes, mas agora foram cheios novamente. Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos, todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus. Da multidão dos que creram era um o coração e a alma (Atos 4:31-32).

2) Precisamos desfrutar da presença e nos aquietar. No momento em que a presença de Deus entra em nossa vida, o seu poder também se manifesta. A presença do Espírito Santo nos dá poder. No momento em que a presença de Deus se manifesta, algumas coisas acontecem: a) Quando desfrutamos da Presença, esquecemo-nos de nós mesmos. Quando desceu Moisés do monte Sinai, tendo nas mãos as duas tábuas do Testemunho, sim, quando desceu do monte, não sabia Moisés que a pele do seu rosto resplandecia, depois de haver Deus falado com ele (Êxodo 34:29).

Você não fica consciente de si mesmo. Quando Adão perdeu a presença e foi destituído da glória, o efeito foi contrário, ele se tornou consciente de si mesmo e da sua nudez. Se você deseja desfrutar mais da presença, precisa estar mais consciente do perdão. Quando estamos na lei, tornamo-nos conscientes de nós mesmos, mas, quando buscamos a presença, ganhamos consciência do amor de Deus.

Essa, com certeza, é uma das coisas mais importantes na vida de um filho de Deus. Quanto mais olhamos para nós mesmos, menos desfrutamos da Presença. Enquanto olha para si mesmo, você não vê o Senhor.

1. b) Somos transformados de glória em glória. A presença de Deus traz transformação. E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito (2 Coríntios 3:17-18).
2. c) Na presença do Senhor, somos livres. Onde há a presença do Espírito de Deus, ali haverá salvação, libertação, cura e vida. Na presença do Senhor, a carne deve ser mortificada, o nosso ego deve ser cancelado. Ninguém jamais toca na presença de Deus e permanece o mesmo. Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade (2 Coríntios 3:17).

Quando a presença de Deus vem sobre nós? Quando nós o buscamos de todo o nosso coração. Com minha alma suspiro de noite por ti e, com o meu espírito dentro de mim, eu te procuro diligentemente; porque, quando os teus juízos reinam na terra, os moradores do mundo aprendem justiça (Isaías 26:9). / Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós, diz o Senhor, e farei mudar a vossa sorte (Jeremias 29:13-14).

Uma vez que experimentamos a presença de Deus, precisamos nos aquietar, silenciar o nosso coração. Não podemos conhecer a Deus e ouvir a sua voz a menos que aquietemos a nossa alma. Quando nos aquietamos, sabemos quem é Deus. Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra (Salmo 46:10).

A quietude não é resultado de falta de algo, mas de abundância e plenitude. Quando a presença de Deus enche o nosso coração, sempre há plenitude, e o resultado é quietude. A presença de Deus não nos inquieta, mas nos acalma. O Senhor, porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra (Нabaсuque 2:20).

Por que o Senhor manda que toda a terra se cale diante Dele? Porque Ele deseja se revelar, dar-se a conhecer. Só podemos contemplar o Senhor se a nossa alma se calar. Quando Elias foi encontrar-se com o Senhor em Horebe, Ele não estava na ventania, nem no terremoto ou no fogo, mas estava no cicio suave. Quando há silêncio na alma, podemos ouvir a voz do Senhor. Cale-se toda carne diante do Senhor, porque ele se levantou da sua santa morada (Zacarias 2:13).

A presença do Senhor é algo poderoso. Precisamos orar para desfrutarmos dessa presença todos os dias. A presença do Senhor é proteção e refúgio. No recôndito da tua presença, tu os esconderás das tramas dos homens, num esconderijo os ocultarás da contenda de línguas (Salmo 31:20).

3) Busque a presença. Moisés queria conhecer o Senhor e os seus caminhos, mas Ele diz que a sua presença iria com Moisés. É interessante que a presença é o sinal diante de todos de que temos o favor e a graça do Senhor. Agora, pois, se achei graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber neste momento o teu caminho, para que eu te conheça e ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é teu povo. Respondeu-lhe: A minha presença irá contigo, e eu te darei descanso. Então, lhe disse Moisés: Se a tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste lugar. Pois como se há de saber que achamos graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Não é, porventura, em andares conosco, de maneira que somos separados, eu e o teu povo, de todos os povos da terra? (Êxodo 33:13-16).

Também é a presença do Senhor que nos santifica e nos separa de todos os outros povos. Quando desfrutamos da presença e a valorizamos, então somos santos. Santidade é a presença.

Quando o Senhor estava na sarça ardente, Ele mandou que Moisés tirasse as sandálias dos pés porque aquele lugar era santo. E por que aquele lugar era santo? Simplesmente porque a presença do Senhor estava ali.

No versículo 13, Moisés pede para conhecer os caminhos do Senhor. Quando desejamos conhecer o Senhor, Ele vem com a Sua presença. O Salmo 103:7 diz que Moisés conheceu os caminhos do Senhor, mas o povo de Israel viu apenas os seus feitos.

O povo viu os atos poderosos de juízo de Deus no Egito. Passaram pelo meio do mar aberto e viram o exército de Faraó morrer. Também viram o maná cair do céu e a água sair da rocha. Mas isso os transformou? Não. Depois de tudo isso, eles ainda quiseram voltar para o Egito. Moisés, porém, queria conhecer o coração de Deus.

Uma vez que o seu clamor seja para conhecer o Senhor, você experimentará o Seu poder. Em Filipenses 3:10, Paulo anseia por conhecê-Lo e o poder da Sua ressurreição.

Em Atos 6:5, lemos que Estevão era cheio de fé e do Espírito Santo. Depois, no versículo 8, ficamos sabendo que ele era cheio de graça e de poder. Todo aquele que é cheio do Espírito também é cheio de poder. Se você tem o Espírito Santo, tem também o poder. Esse é o poder que pode derrotar o inimigo.

A unção do Espírito Santo em nossa vida é obrigatória. De fato, toda obra que não é feita pela unção do Espírito é rejeitada por Deus. Se você quer que a sua obra seja aceita, haja na unção. Se você quer que a sua oração seja aceita, ore na unção. Se você quer que o seu ministério seja aceito, seja um ministro ungido. Acontecerá, naquele dia, que o peso será tirado do teu ombro, e o seu jugo, do teu pescoço, jugo que será despedaçado por causa da gordura [unção) (Isaías 10:27).

O jugo é quebrado e o inimigo é derrotado por causa da unção. A razão pela qual há muitos debaixo de jugo e prisão espiritual é porque lhes falta o poder do Espírito. Precisamos ser cheios do Espírito porque, se o Espírito está em nós, o poder também deve estar.

4) A unção do Espírito tem diferentes níveis e manifestações. a) Há uma unção na salvação. O restante do azeite que está na mão do sacerdote, pô-lo-á sobre a cabeça daquele que tem de purificar-se; assim, o sacerdote fará expiação por ele perante o Senhor (Levítico 14:18). Primeiro, o sangue é aplicado, depois a unção vem sobre aquele em quem o sangue foi aplicado. A condição para receber o Espírito é crer no perdão do sangue. Se você crê que foi lavado pelo sangue, a unção vem sobre você. E, onde a unção é colocada, o inimigo não pode mais tocar.

Quando somos salvos, o poder de Deus nos liberta do domínio do pecado e do diabo. Agora, temos o poder de dizer não ao pecado. Aquele que é nascido de Deus não vive mais na prática deliberada do pecado (1 João 3:9). Nós podemos resistir ao diabo e ele tem que fugir de nós (Tiago 4:7).

Por que ainda precisamos de Jesus como intercessor e advogado depois que somos salvos? Certamente é para nos manter livres do poder do pecado e ser nosso advogado quando caímos. [Ele vive]. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles (Hebreus 7:25). Nunca devemos ousar orar sem depender do sangue do Cordeiro. O sangue faz com que Deus não veja nossos pecados.

Também nunca devemos pensar que não temos pecado. Ainda vivemos neste corpo decaído e estamos sujeitos ao pecado e à enfermidade. Por causa disso, estamos sujeitos a pecar e cair em enfermidade, mas temos provisão tanto para o pecado quanto para a enfermidade. Se pecado e enfermidade caminham juntos, então perdão e cura também vêm juntos. O pecado nos toca, mas, se cremos no sangue, somos lavados. Se a enfermidade nos tocar, precisamos crer na cura (Tiago 5:14-15).

1. b) Há uma unção para o ministério. Também ungirás Arão e seus filhos e os consagrarás para que me oficiem como sacerdotes (Êxodo 30:30). Todo crente é chamado para ser ministro diante do Senhor. Fomos feitos sacerdotes. E, para aqueles que ministram, a unção é obrigatória, pois sem unção suas obras são rejeitadas (2 Coríntios 1:21; 1 João 2:27). Em todo tempo, sejam alvas as tuas vestes, e jamais falte o óleo sobre a tua cabeça (Eclesiastes 9:8).

c) Há uma unção para domínio e autoridade (2 Samuel 5:3 e 7). Quando estamos debaixo da unção, simplesmente falamos com autoridade e os demônios se submetem a nós. O propósito de Deus é que o homem tenha domínio e autoridade, começou no Éden e permanece hoje, mas somente podemos exercer essa autoridade por meio da unção.