CULTO DO DOMINGO 15/09/2024.
Publicado em 11/09/2024
A vida cristã não é uma série de proibições impostas, mas um grande privilégio oferecido. Tudo na vida cristã somente é possível se formos cheios do Espírito. É o Espírito que nos capacita a viver a verdade do evangelho.
1) Seja completamente cheio do Espírito. Efésios 5:18 também poderia ser traduzido como: E não vos embriagueis com vinho, mas embriagai-vos com o Espírito Santo. Isso indica que deve existir algumas semelhanças entre aquele que está bêbado e aquele que está cheio do Espírito.
Creio que a comparação que Paulo faz aqui é em função do que aconteceu no dia de Pentecostes. As pessoas pensaram que os discípulos estavam embriagados (Atos 2:12-16). Assim concluíram porque existem elementos de similaridades entre o enchimento do Espírito e a embriaguez com vinho.
A similaridade é a alegria, a desenvoltura sem timidez, a coragem, o rosto brilhante e uma grande disposição. Todas essas coisas são momentâneas e superficiais na embriaguez. Mas, para além das semelhanças, os contrastes são ainda mais nítidos.
2) Batizados e cheios do Espírito. A ordem bíblica é para que sejamos cheios do Espírito. Ser cheio do Espírito é diferente de ser batizado no Espírito. Evidentemente, o batismo inclui o enchimento, mas o batismo é o selo do Espírito. Paulo está ordenando àqueles que já foram selados (Efésios 1:13 e 5:30) que agora sejam cheios. O selo ou batismo no Espírito acontece uma única vez. O ser cheio, por sua vez, é algo que deve acontecer como um estilo de vida. Ser cheio do Espírito deve ser uma característica do crente.
O batismo no Espírito Santo é algo definido que sabemos claramente quando recebemos. O seu objetivo é nos dar poder para testemunhar do Senhor (Atos 1:8). Evidentemente, quando somos batizados, somos também cheios do Espírito, mas o ser cheio mencionado aqui em Efésios 5 é algo contínuo. Na verdade, o texto diz no original: "Continuem sendo cheios do Espírito".
Pessoas podem ser cheias para realizar tarefas especiais, como Bezaleel (Êxodo 31:3), ou João Batista, que foi cheio do Espírito desde o ventre de sua mãe (Lucas 1:15). Nesses casos, eles foram cheios do Espírito para realizar uma tarefa especial. É um revestimento de poder com um propósito específico.
Em Atos 2:4, lemos que os apóstolos foram cheios do Espírito, mas, em 4:8, lemos que Pedro foi novamente cheio do Espírito para falar diante das autoridades. Depois, em 4:31, vemos que toda a igreja foi cheia do Espírito e tremeu o lugar onde estavam reunidos. A igreja, que já havia recebido o batismo, foi cheia do Espírito novamente. Ser cheio, portanto, é algo para ser repetido muitas vezes.
Em todas essas experiências, o enchimento foi para um propósito específico, mas creio que há um enchimento para a vida diária. É a respeito desse enchimento que Paulo está falando em Efésios 5:18.
Um exemplo disso é a descrição que se faz de Estêvão, em Atos 6:5, como sendo um homem cheio do Espírito. Não é que ele tenha tido uma experiência, mas sua vida tinha essa característica. Mas, no momento da sua morte, ele recebeu um enchimento maior a ponto de ter a face resplandecente (Atos 7:55).
A mesma descrição é feita a respeito de Barnabé, como sendo um homem cheio do Espírito (Atos 11:24). Atos 13:52 diz que todos os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.
Permita que o Espírito Santo o controle. A grande questão não é o quanto você tem do Espírito, mas quanto o Espírito tem de você. A ideia aqui não é simplesmente ser cheio do Espírito, mas ser controlado por Ele. Estar embriagado é estar completamente debaixo da sua influência.
3) Um enchimento contínuo. A expressão usada no original é: Enchei-vos continuamente do Espírito. Encham-se e continuem se enchendo. Todo crente precisa ser batizado no Espírito Santo e depois deve continuar se enchendo continuamente Dele. Mas, eventualmente teremos enchimentos especiais para propósitos especiais.
Precisamos também lembrar que o Espírito Santo não é uma coisa, mas uma pessoa. Assim como encher-se de álcool é colocar-se sob sua influência, ser cheio do Espírito é estar debaixo da influência do Espírito. Aquele que está sob influência do vinho não pode mais controlar-se, o mesmo acontece com aquele que está cheio do Espírito, ele é controlado pelo Espírito.
4) Uma ordem. Não é apenas uma sugestão bíblica, mas uma ordem: Encham-se do Espírito. Se é uma ordem, não se trata de uma experiência única e especial. Não precisamos sair procurando alguém para nos encher, nós mesmos podemos e devemos nos encher do Espírito.
Assim como o homem controla se vai ou não ser cheio de vinho, o crente controla se vai ou não ser cheio do Espírito. Dessa forma, o crente será julgado se for negligente nessa questão. Não por acaso, esse é exatamente o tema da Parábola das Virgens. As virgens néscias não tinham azeite transbordando.
O batismo no Espírito não é algo que está sob nosso controle, mas o encher-se é algo que cabe a cada um fazer diariamente. O encher-se não é uma experiência, mas um estilo de vida. Mas, podemos ter muitas experiências com o Espírito Santo de Deus.
5) Devemos rejeitar toda passividade. Sendo o enchimento do Espírito uma ordem, precisamos rejeitar toda passividade e buscar ativamente o enchimento contínuo do Espírito. Crentes passivos ficam esperando ser cheios e nunca o são, mas aqueles que ativam sua vontade e disposição são cheios continuamente.
6) Falando, entoando e louvando. A maneira básica de sermos cheios do Espírito é falando, mas não é um falar qualquer, é um falar com Deus, de Deus, em Deus, para Deus. Esse falar é o fluir. A maneira de sermos cheios é fluindo.
Somos cheios do Espírito falando. Crie um ambiente espiritual falando de forma espiritual. O que falamos em nossa casa, o que falamos a respeito de nosso cônjuge, a respeito de nós mesmos, o que falamos para Deus, tudo isso nos enche do Espírito.
Nossas palavras atraem o Espírito de Deus ou o repelem. Precisamos falar de forma positiva, otimista, cheia de fé e para edificar sempre. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem (Efésios 4:29). O texto também diz que precisamos ter esse falar espiritual uns com os outros e também junto com os outros, porque falamos entre nós.
7) Dando sempre graças por tudo a Deus. A gratidão enche do Espírito. A gratidão destrói a marca da rebelião, que é o descontentamento, senso de justiça própria e merecimento.
Uma coisa séria é dar graças por tudo, não apenas pelas coisas boas, mas por todas as coisas. Somente podemos dar graças por tudo se enxergamos em tudo a mão do Senhor. Provérbios diz que, se reconhecermos o Senhor em todos os nossos caminhos, Ele endireitará as nossas veredas (Provérbios 3:6).
Gratidão nos fala de contentamento, Gratidão nos fala de humildade e reconhecimento de que não merecemos, recebemos ou temos mais do que merecemos. Gratidão é reconhecer que tudo vem de Deus.
8) Sujeitando-nos uns aos outros no temor de Cristo. A característica mais marcante do bêbado é que ele não se submete a ninguém. Ele se gaba, louva-se a si próprio e se acha maravilhoso. Esse é o caminho oposto para se encher do Espírito.
O que significa sujeitar uns aos outros? Significa renunciar ao ego. O nosso ego possui uma infinidade de formas de se manifestar. Quero mencionar algumas delas: Em primeiro lugar, o ego se manifesta no egoísmo e sua mais evidente manifestação, o individualismo. Não podemos ser individualistas e ainda desejar viver a vida da igreja. Se nos sujeitamos ao nosso irmão e consideramos sua opinião, deixamos o individualismo.
O segundo aspecto do ego é a autoafirmação. A voz do diabo diz: "Não se sujeite a isso, afirme-se". É a serpente dizendo a Eva: "Deus não quer que vocês comam do fruto para não serem conhecedores do bem e do mal como Ele. Não se sujeitem a isso. Afirmem-se". Quem renuncia ao ego não fica tentando se afirmar.
O terceiro aspecto do ego é ser obstinado e opiniático. O egocentrismo nos leva a ter opinião sobre tudo apenas para mostrar que não somos levados por ninguém. O alvo não é contribuir com uma opinião, mas apenas deixar claro que não nos sujeitamos aos demais.
A quarta expressão do ego é o desejo de dominar sobre os outros, é ser ditatorial. Não tentamos fazer prevalecer nossa opinião nem subjugarmos os outros, antes nos sujeitamos a eles em amor.
A quinta expressão do ego é a incapacidade de receber críticas e tolerar pontos de vista diferentes. Se tenho orgulho da minha opinião, considero um insulto alguém atrever-se a questioná-la. Isso faz com que o egocêntrico seja muito sensível e melindroso.
A sexta expressão do ego é a atitude interesseira. A pessoa é tão preocupada consigo mesma que nunca tem um momento para os outros. O egocêntrico é desinteressado e não se preocupa com a situação, necessidade, desejos ou o bem-estar dos outros.
A última expressão do ego que eu gostaria de mencionar é a atitude de sempre ameaçar renunciar. Se não ouvem o que ele diz e não dão valor ao que pensa, então vai partir, vai renunciar. É fácil perceber como algumas pessoas estão sempre "caindo fora". O problema do egocêntrico é que ele não sabe a verdade a respeito de si mesmo. Se pelo menos ele se enxergasse, as coisas seriam diferentes.
Sujeitar-se é colocado como uma maneira de ser cheio do Espírito. Não dá para ser cheio do Espírito se estamos cheios de nós mesmos, cheios do ego. A submissão é mútua, os jovens se submetem aos mais velhos, e os mais velhos se submetem aos mais jovens (1 Pedro 5:5).
A submissão, no entanto, deve ser no temor de Cristo. Isso significa que, quando ofendemos um membro do corpo, na verdade, estamos ofendendo o próprio Cristo.
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