FRAGILIDADE

CULTO DO DOMINGO 09 DE JUNHO DE 2024.
Publicado em 07/06/2024

Hoje quero falar sobre a importância da oração no seu ministério. Como eu já disse, há duas coisas que produzem pressão na oração: uma grande necessidade ou um sonho profundo. O sonho é um desejo profundo que pode produzir algo muito forte, um suspiro ao céu.

Você precisa gemer por um ministério. Nós somos vasos de barro. Tudo o que Deus faz Ele o faz por meio de vasos frágeis de barro, Gostaríamos de ser vasos de aço super-resistentes, mas, em vez disso, Deus resolveu manifestar a Sua glória em vasos de barro. É como se a beleza do tesouro colocado dentro desses vasos ficasse ainda mais realçada pela fragilidade do barro.

Não gostamos de ser vasos de barro e até queremos ser o tesouro, mas o tesouro é Ele em nós. Enquanto estivermos aqui neste mundo, sempre seremos vasos frágeis de barro. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos (2 Coríntios 4:7-9).

Parece paradoxal, mas há poder dentro de frágeis vasos de barro para destruir todo poder do inimigo. Em Juízes 7, lemos a história de como Gideão venceu os midianitas com apenas trezentos homens. Eles deveriam tão somente tocar a trombeta e quebrar o vaso de barro que carregavam com uma tocha acesa dentro.

Todos nós somos como esse vaso de barro e, dentro dele, resplandece a luz de Cristo. Quando esse vaso é quebrado, a glória do Senhor se manifesta. Quando, porém, o vaso é quebrado, a trombeta, o shofar, precisa ser tocada. A trombeta é o chifre do carneiro que morreu. Quando tocamos o shofar, anunciamos a morte do carneiro e, dessa forma, o inimigo é derrotado. Então, repartiu os trezentos homens em três companhias e deu-lhes, a cada um nas suas mãos, trombetas e cântaros vazios, com tochas neles. …Assim, tocaram as três companhias as trombetas e despedaçaram os cântaros; e seguravam na mão esquerda as tochas e na mão direita, as trombetas que tocavam; e exclamaram: Espada pelo Senhor e por Gideão! E permaneceu cada um no seu lugar ao redor do arraial, que todo deitou a correr, e a gritar, e a fugir (Juízes 7:16;20-21).

O Senhor permite tribulações e perseguições apenas para que o vaso de barro seja quebrado e possamos proclamar a morte do carneiro pelo toque da trombeta. Se você tem enfrentado situações difíceis e há uma grande pressão sobre você, não tenha receio de ser um vaso de barro quebrado. O poder de Deus se manifesta em nosso quebrantamento.

O Senhor manda que os soldados toquem trombetas de chifres de carneiro. Essas trombetas são chamadas de shofar. O que elas representam? O carneiro aponta para Cristo. Para se ter o chifre, o carneiro precisa ser morto, assim a trombeta de chifre de carneiro, quando tocada, anuncia a morte do Senhor.

Deus gosta de trabalhar com o fraco e com o insignificante. Gideão era o menor em sua casa, e sua família, a mais pobre de sua tribo (Juízes 6:15-16). É por isso que o Senhor não deixou que ele pelejasse com vinte e dois mil homens, pois Israel poderia presumir que a vitória veio pelo seu grande exército. Em vez disso, o Senhor usou apenas trezentos homens.

Tudo isso vai contra a sabedoria humana. Essa é a razão por que o Senhor foi crucificado num lugar chamado Caveira, na verdade, apenas o crânio da caveira. Isso é para mostrar que a cruz é o fim de toda inteligência humana, toda lógica da carne.

Deus ama nossa fraqueza, porque é no meio da fraqueza que Ele pode manifestar a Sua graça. Entretanto, a fraqueza aqui não é a fraqueza do pecado, mas a fragilidade que é própria dos vasos de barro.

Como somos vasos de barro, nem sempre temos orações grandiosas para fazer. Há dias em que temos apenas um gemido em nosso coração, mas não pense que tal gemido não tenha valor diante de Deus. Decorridos muitos dias, morreu o rei do Egito; os filhos de Israel gemiam sob a servidão e por causa dela clamaram, e o seu clamor subiu a Deus. Ouvindo Deus o seu gemido, lembrou-se da sua aliança com Abraão, com Isaque e com Jacó (Êxodo 2:23-24).

O que Deus ouviu no meio do povo de Israel? O gemido. Muitas vezes, o nosso clamor é apenas um gemido profundo. Ele não é uma oração perfeita ou bem articulada, mas apenas o clamor que flui da dor. Sei que existem gemidos inexprimíveis quando oramos em línguas, mas aqui é apenas um gemido de dor (Romanos 8:26).

Deus ouviu o gemido e se lembrou da aliança. Será que o nosso gemido ainda hoje faz com que Deus se lembre da Sua aliança? Sei que há gemidos de autopiedade e murmuração, e esses Deus não ouve, mas há gemidos genuínos de dor. Se gememos confiados na aliança, é certo que Deus nos ouvirá. Ainda ouvi os gemidos dos filhos de Israel, os quais os egípcios escravizam, e me lembrei da minha aliança (Êxodo 6:5).

Normalmente, rejeitamos os gemidos porque pensamos que são um sinal de murmuração, e muitas vezes são mesmo, mas eles podem também ser uma expressão profunda de oração genuína.

Também não gostamos de gemidos porque pensamos que precisamos parecer fortes o tempo todo. Não precisamos parecer fracos diante dos homens, mas diante de Deus é a coisa mais apropriada a se fazer.

Há pessoas que são tão fortes e silenciosas que, mesmo no meio da dor mais excruciante, não expressam nenhuma emoção. Isso é negar a própria humanidade. Deus não pode usar aqueles que vivem assim, pois o seu poder se manifesta em nossa fraqueza humana.

Sei que desejamos ser fortes, mas Deus quer que sejamos fracos para que o Seu poder se manifeste em meio à nossa fraqueza. É por isso que somos vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não nossa (2 Coríntios 4:7). Deus ama quando somos fracos, porque aí a sua graça pode nos suprir completamente.

Você precisa suspirar por um ministério. Há poder em um suspiro profundo de um coração sedento de Deus, mas lamentavelmente muitos se tornaram tão fortes que, no meio da dor, não derramam sequer uma lágrima. Deus não pode usar pessoas assim, elas perderam a essência humana de vasos de barro, Deus ama quando somos expressivos, mostrando o profundo anseio do nosso coração. Depois, erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse: Efatá!, que quer dizer: Abre-te! (Marcos 7:34).

A palavra grega para suspiro é "stenazo". Essa mesma palavra é traduzida em outras partes do Novo Testamento como "gemido". Assim, gemer e suspirar têm a mesma expressão. 

Há momentos em que precisamos olhar para o céu e liberar um profundo suspiro. Não conheço ninguém que ora pelos enfermos dessa forma, mas o Senhor o fez. O amor sempre suspira, porque o amor se importa com a dor.

Não tenha receio de suspirar clamando ao Senhor pelo milagre, mas suspire também por Sua presença. O alvo do Senhor é que, antes de tudo, estejamos com Ele. Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar e a exercer a autoridade de expelir demônios (Marcos 3:14-15).

Sempre pensamos que o Senhor separou os discípulos para irem pregar e expulsar demônios, mas, antes disso, Jesus disse que deveriam estar com Ele. Na verdade, é porque haviam estado com Ele que poderiam pregar.

Podemos orar em todo o tempo se apenas aprendermos a suspirar pelo Senhor. Se pararmos por um instante e invocamos o nome do Senhor com um suspiro profundo, isso é oração diante de Deus.

Entenda que o suspiro é também um gemido diante de Deus. Há um gemido de dor, mas há também o gemido que é o anseio de um coração que ama. É por isso que a Palavra de Deus diz que precisamos gemer em nosso íntimo ansiando pela volta do Senhor. Todos nós deveríamos gemer ou suspirar pela volta do Senhor como o povo de Israel gemia pela libertação. Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial; se, todavia, formos encontrados vestidos e não nus. Pois, na verdade, os que estamos neste tabernáculo gememos angustiados, não por querermos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida (2 Coríntios 5:1-4).

Vivemos dias tão angustiantes que gememos em nosso espírito pela volta do Senhor. Veja que o gemido é um anseio, uma aspiração pelo céu. Há gemidos de dor, mas há gemidos de saudade e de amor. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo (Romanos 8:22-23).

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