CULTO DO DOMINGO 04/02/2024.
Publicado em 29/01/2024
É fácil ser confiante desde que Deus esteja fazendo o que esperamos que Ele faça. Viver livre da intimidação não tem nada a ver com ser uma pessoa extrovertida. Algumas pessoas, mais extrovertidas, lutam contra a intimidação.
Ser vulnerável à intimidação também não tem nada a ver com o nível da sua unção. Conheci homens que eram poderosos no ministério e que tinham problemas com a intimidação.
Você pode ser extrovertido, forte, ousado e até ungido, e ainda, ter problemas com a intimidação. Quando a pressão se torna forte o suficiente, a sua verdadeira essência vem à tona. Ter um espírito de timidez não tem nada a ver com uma deficiência de personalidade, força física ou unção. Então, o que faz com que as pessoas fiquem vulneráveis à intimidação?
Aparência x Verdade. Para responder a esta pergunta, vamos observar Simão Pedro. Ele era extrovertido, e nunca tinha vergonha de expor a sua opinião. Ele era ousado. Tudo indica que Pedro era um homem que tinha força de vontade e era destemido. Parecia que nada podia intimidar Pedro, mas uma coisa o intimidou. O seu medo da morte fez com que ele negasse a Jesus três vezes. Então, a capacidade para andar livre da intimidação não é conquistada através de uma personalidade forte, do contrário Simão teria sido aquele com menores probabilidades de negar Jesus e o mais capacitado a permanecer fiel.
João 18 relata: Tendo pois, Judas, recebido a escolta e, dos principais sacerdotes e dos fariseus, alguns guardas, chegou a este lugar com lanternas, tochas e armas... Então Simão Pedro puxou da espada que trazia e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita (João 18:3,10). Esta não me parece a atitude de um medroso. Então, por que Simão Pedro desafiaria os soldados, para depois se acovardar diante de uma serva, uma menina? Aquela que o intimidou era uma menina! Ora, estava Pedro assentado fora no pátio; e aproximando-se uma menina, uma criada, disse-lhe: Também tu estavas com Jesus, o galileu. Mas ele o negou (Mateus 26:69-70).
Qual o motivo desta mudança? Para responder, vamos voltar a alguns momentos antes naquela noite. Todos os discípulos estavam juntos celebrando a Páscoa. Jesus advertiu-os: Esta noite todos vós vos escandalizareis comigo (Mateus 26:31). Mas Pedro declarou que ele seria uma exceção, e afirmou com ousadia: Ainda que venhas a ser um tropeço para todos, nunca o serás para mim (Mateus 26:33). Que valiosa demonstração de coragem! Parecia que Jesus havia se enganado quando incluiu Pedro entre os demais.
Mas Jesus olhou diretamente na alma de Pedro e corrigiu-o: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, tu Me negarás três vezes (Mateus 26:34). Que golpe na auto confiança de Pedro! Jesus disse a Pedro que ele não só se escandalizaria, como também O negaria. Um homem de personalidade ou vontade fraca teria recuado neste ponto. Será que o Mestre havia se enganado? Mas Pedro defendeu sua posição ainda mais: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo Te negarei! (Mateus 26:35). Na verdade, esta declaração ousada inspirou os outros a concordarem: E todos os discípulos disseram o mesmo (v.35).
Os motivos podem ser diferentes do que parecem ser. Superficialmente, parecia que aqueles homens tinham uma grande coragem e motivações puras. Examinando mais de perto, porém, descobrimos algo que os motivava além do amor a Deus. Antes de adverti-los, Jesus compartilhou com eles: Todavia, a mão que do traidor está comigo à mesa (Lucas 22:21).
Então, começaram a indagar entre si quem seria, dentre eles, o que estava para fazer isto (Lucas 22:23). Eles ficaram confusos e incrédulos ao imaginar que um deles fosse capaz de um ato de maldade tão inimaginável. Então, qual era o motivo deles para esta investigação? Com certeza deve ter sido a preocupação deles com Jesus. Mas foi mesmo? A conversa deles os denunciou. Veja o versículo seguinte: Suscitaram também entre si uma discussão sobre qual deles parecia ser o maior (Lucas 22:24). Como podemos ver claramente, o motivo daquela investigação para quem seria o traidor foi o egoísmo e o orgulho. Jesus disse a eles saber que estava para ser entregue aos principais dos sacerdotes para ser condenado à morte, e os discípulos começaram a competir por poder e posição.
A prensa de azeite. Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a Seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto Eu vou ali orar (Mateus 26:36). A palavra Getsêmani literalmente significa "prensa de azeite". A prensa de azeite extrai o azeite da azeitona. A azeitona não libera o seu óleo espontaneamente. Somente quando se aplica pressão extrema é que o azeite de dentro sai. Getsêmani é o lugar onde esta pressão é exercida, não nas azeitonas, mas nos corações. Sob pressão intensa, o que está dentro de nós sairá, geralmente para surpresa nossa. Em outras palavras, as motivações do nosso coração são testadas e expostas quando as provações (as pressões) vêm.
Jesus estava disposto a entregar a Sua vida aos pés da morte para que o nome do Pai fosse glorificado. Ele havia acabado de compartilhar este princípio com os seus discípulos. Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna (Jo 12:25). Pedro pensou que amasse Jesus mais do que a sua própria vida, mas a prensa de azeite do Getsêmani revelou as motivações dele.
Espírito Pronto, Carne Fraca. Os discípulos não estavam mais discutindo quem era o maior. Eles estavam com o coração pesado por causa da dor e da tristeza. Jesus não era o único que estava sob pressão. Os discípulos também estavam na prensa de azeite! Eles estavam enfrentando a tentação de salvarem a si mesmos. Mas eles não tinham forças às quais pudessem recorrer, porque o foco deles estava na sua própria vontade, e não na vontade do Pai. Diferentemente de Jesus, eles não tinham o desejo de colocar o foco novamente na vontade do Pai.
Pedro queria ser fiel a Jesus, mas não conseguiu porque a sua carne o venceu. Ele amava a sua própria vida mais do que desejava a vontade de Deus. Ele não reconheceu o verdadeiro estado do seu coração. Ele falava sério sobre o que disse e realmente acreditava que sacrificaria sua vida por Jesus. Entretanto, o que saiu da "prensa" foi o que havia sido prenunciado na Última Ceia: egoísmo e orgulho.
Dois resultados diferentes. Jesus orou por três horas até saber que a Sua batalha estava ganha. A Sua vontade era totalmente uma com a vontade do Pai. Ele agora estava pronto para enfrentar a intimidação do inimigo nas mãos dos líderes judeus e dos soldados romanos. A capacidade de Jesus de permanecer firme mesmo no calor da perseguição impressionou o governador romano. E, sendo acusado pelos principais sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. Então, lhe perguntou Pilatos: Não ouves quantas acusações Te fazem? Jesus não respondeu nem uma palavra, vindo com isto a admirar-se grandemente o governador (Mateus 27:12-14).
Enquanto Jesus enfrentava Seus acusadores, Pedro se aquecia junto ao fogo, do lado de fora. Intimidado pelos simples servos desses líderes, Pedro negou até mesmo conhecer Jesus (Mateus 26:69-75). Embora tenha dito que morreria antes de negá-lo, Pedro terminou ficando intimidado e fazendo exatamente o que disse que não faria. O motivo: Ele amava a sua própria vida. As palavras de Pedro a Jesus demonstraram um grande amor por Ele, mas as suas atitudes falaram mais alto. Este amor por si mesmo era a raiz da sua timidez.
A raiz do medo e da intimidação é o amor ao ego. O perfeito amor lança fora o medo e nos dá ousadia. A ousadia que nasce do amor despedaça as garras da intimidação. O amor imperfeito, ou o amor por si mesmo, abre a porta para a intimidação. No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor (1 João 4:17-18). O medo e a intimidação são ampliados quando colocamos o foco em nós mesmos.
Jesus disse: Ninguém tem maior amor do que este; de dar alguém a própria vida... (João 15:13). Quando realmente damos a nossa vida por amor a Jesus, já não nos importamos com o que vai acontecer conosco porque sabemos que estamos entregues aos Seus cuidados. Então estamos mortos e escondidos Nele. Não precisamos nos preocupar porque as nossas vidas já não nos pertencem, mas pertencem a Ele. Jesus nos comprou; portanto, o que quer que aconteça conosco diz respeito somente a Ele. Nós simplesmente amamos e obedecemos. O medo não poderá mais nos atormentar porque uma pessoa morta não pode ser atormentada. Você pode apontar uma arma para um homem dentro de um caixão e ameaçá-lo, e ele nem piscará.
A ousadia necessária para quebrar o poder da intimidação precisa ser alimentada com o nosso amor por Deus. Porque Deus não nos deu o espírito de temor [de intimidação], mas de poder, de amor e de moderação (2 Timóteo 1:7). Como já disse, vi homens ungidos desistirem sob o peso da intimidação durante momentos de pressão. De acordo com o versículo, ter moderação (uma mente equilibrada) não basta. Havia sido revelado a Pedro pelo Espírito Santo que Jesus era o Messias (Mateus 16:13-18), porém, somente quando Pedro foi cheio com o amor de Deus foi que ele realmente entregou a sua vida. Veremos isto na próxima ministração.
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